“Em uma época como a de nossos dias, que se caracteriza por pesquisas que tudo abrangem, análises exaustivas e críticas abundantes, nenhum sistema religioso pode perdurar, a menos que seja atrativo tanto ao lado intelectual, quanto ao lado devocional da natureza humana. Atualmente a fé da cristandade está perecendo por conta de um defeito radical no seu método de apresentação, através do qual ela é levada a um perpétuo conflito com a ciência; e uma tarefa esgotante e indigna é imposta aos seus seguidores, de um incessante esforço a fim de acompanhar os avanços das descobertas científicas, ou as oscilações da especulação científica. O método por meio do qual aqui se tenta eliminar a incerteza e insegurança, assim engendradas, consiste no estabelecimento destas duas posições:
(2) Que o verdadeiro plano das crenças religiosas reside, não onde a Igreja o colocou até agora – no sepulcro da tradição histórica, entre os ossos ressecados do passado – mas sim no vivo e imutável Céu, em direção ao qual aqueles que desejam verdadeiramente encontrar o Senhor devem, em coração e mente, ascender. “Por que procurais o vivo entre os mortos? Ele não está aqui, ele ascendeu”. Isto é, o verdadeiro plano da crença religiosa não é, por assim dizer, o objetivo e físico, mas o subjetivo e espiritual.” [Anna Kingsford e Edward Maitland. The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo), pp. 6-7; grifos nossos]