John Locke Parte de Hobbes, Porém Chega a Conclusões Opostas

Vejamos outra citação de História das Doutrinas Políticas, que corrobora o panorama sintético sobre os primórdios do Liberalismo recém apresentado:

John Locke, nascido em 1632, morto em 1704, personificou as tendências liberais opostas às ideias absolutistas de Hobbes. Seu Ensaio sobre o Governo Civil foi publicado em 1690, menos de dois anos depois da segunda revolução inglesa, que havia ocorrido no fim de 1688. Compreende-se que, escrevendo em seguida a um acontecimento dessa importância, um escritor político tivesse necessidade de tomar posição e de tornar conhecida sua opinião a respeito da questão. Locke justifica a revolução.

O Ensaio sobre o Governo Civil é dividido em duas partes. Na primeira ele se dá ao trabalho de refutar Filmer. Na segunda, partindo das mesmas hipóteses que Hobbes, ou seja, admitindo um estado de natureza seguido de um pacto social (ideia comum a vários escritores dos séculos XVII e XVIII, como já vimos), chega a conclusões opostas às sustentadas por Hobbes. (…)

É a Locke que se deve a elaboração quase completa da teoria dos três poderes fundamentais, mais tarde desenvolvida por Montesquieu. (G. Mosca e G. Bouthoul, História das Doutrinas Políticas, p. 191-192; Grifos nossos. Citado em Arnaldo Sisson Filho. O Que Há de Errado Com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia; Capítulo 4: Liberalismo: Premissas e Sistema Político)