“A Regeneração nos mistérios hebreus é simbolizada pela fuga do Egito – o corpo, e, portanto, terra de aprisionamento para a alma – através do Mar Vermelho para o Deserto do Pecado, o cenário da provação no qual os quarenta dias místicos estão expressos em um período semelhante de anos.
A Redenção é representada pela travessia do Jordão, que separa esse deserto da provação da terra prometida da perfeição e repouso espiritual. Esse Jordão, ou rio do julgamento, não poderia ser atravessado por Moisés, pois ele tinha falhado na provação de sua iniciação.
A libertação final de Israel estava reservada a Joshua, um nome idêntico a Jesus, que se manteve fiel em todos os momentos. O Jordão corresponde ao rio Aqueronte dos mistérios do Olimpo, o qual todas as almas, ao descer ao mundo inferior, eram obrigadas a atravessar. E o Limbo, o Paraíso, o Avernus, os Campos Elísios, o Tártaro, o Purgatório e o repouso, todos denotam, sob diversos nomes, não localidades, porém esferas ou condições de existência, igualmente reconhecidos nos sistemas hebreu, pagão e cristão, e existindo no próprio homem”. [Anna Kingsford e Edward Maitland. The Credo of Christendom (O Credo do Cristianismo), p. 102; grifos nossos]