Só o homem religioso pode realizar uma revolução fundamental; mas o homem que tem uma crença, um dogma, que pertence [sectariamente] a qualquer religião particular, não é um homem religioso.
O homem religioso é aquele que compreende todo o processo da assim chamada religião, as diversas formas de dogma, o desejo de estar seguro através de certas fórmulas de ritual e crença.
Tal indivíduo rompe com a estrutura da religião organizada, com todos os dogmas e crenças, e busca o mais elevado; e é ele quem é verdadeiramente revolucionário, porque qualquer outra forma de revolução é fragmentária e, portanto, traz inevitavelmente mais problemas.
Mas o homem que está procurando descobrir o que é verdade, o que é Deus, é o verdadeiro revolucionário, porque a descoberta do que é verdade é uma resposta integrada e não uma resposta fragmentária.
(Primeira palestra pública de Krishnamurti em Bombaim, 1955; grifos nossos)