O Cristianismo Budista É a Antiga Religião que o Evangelho da Interpretação Veio Resgatar

“O Cristianismo Budista é a Antiga Religião que o Evangelho da Interpretação Veio Resgatar

Acredita-se que o Cristianismo Budista, em particular, e o Evangelho da Interpretação, em geral, constituem-se no cumprimento, pelo menos em alguma medida, da antiga profecia dos ossos ressecados que ganham novamente carne, nervos, sangue e vida.

“Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no Espírito do Senhor, e me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos; e me fez andar ao redor deles. E eis que eram muito numerosos sobre a face do vale; e eis que estavam sequíssimos.

Ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes.

Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.

Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vos estenderei pele, e porei em vós o fôlego da vida, e vivereis. Então sabereis que eu sou o Senhor.

Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso. E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles fôlego.

Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.

Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo”. (Ezequiel, 37:1-10)

Naturalmente, o atual momento do Cristianismo Budista significa e se constitui numa nova tentativa, um novo esforço, um novo impulso – dentro de um panorama bastante desolador (o “vale dos ossos secos”) – de resgatar a verdade contida nos antigos símbolos dessa religião. Religião que o mundo pensa, erroneamente, que são duas. E esse panorama é tão desolador que chega a parecer que está sendo trazido algo novo. Mas, como disse, trata-se apenas de um resgate de coisas antigas e muito deturpadas, ou, às vezes, até mesmo esquecidas.

Desse modo, há urgente necessidade de resgatar esses símbolos que ainda estão aí. Na ciência convencional, no consumismo materialista, na política e na arte mundana não há quase nada que fale de forma consistente à Alma do ser humano. Então, é necessário resgatar a verdade contida nos símbolos religiosos.

Nesse ponto os literalistas demonstram que são incapazes de ver que fazer com que o sentido “óbvio” da Bíblia seja o seu sentido real seria destruí-la enquanto uma Bíblia, ou um livro da alma; uma vez que como livro da alma ela deve apelar à alma e não aos sentidos; e deve se referir não a pessoas, coisas e eventos pertencentes ao plano físico, mas a princípios, processos e estados puramente espirituais – ainda que expressos em termos derivados do plano físico – usando pessoas, coisas e eventos tão somente como forma de ilustração”. (O “Novo” Evangelho da Interpretação, Cap. III, A Bíblia Insiste no Significado Esotérico. Nota: Grifo nosso)

Certa vez tive um insight. Estava nos Estados Unidos, no meio daquela sociedade de consumo, de desperdício, e procurava uma Missa para assistir. Saí de ônibus, procurando, até que achei uma escola católica longe de onde eu estava. Cheguei para a Missa das 8 horas da manhã, e quando entrei naquela igreja, vi as crianças cantando, com todos aqueles símbolos ao redor – a Cruz, Nossa Senhora, etc. – eu percebi, num flash de luz interior: “Isso aqui tem muita idolatria, mas comparando com o mundo que está lá fora, pelo menos ainda tem uma casca, um verniz da coisa real. No mundo quase só há o materialismo. Aqui dentro, mesmo com toda a idolatria, há um resquício das coisas sagradas”. É um pálido resumo do insight.

A Dificuldade de Encontrar a Correta Interpretação

É realmente difícil encontrarmos as corretas interpretações dos símbolos religiosos nessas tradições religiosas. Não só no Catolicismo Romano, mas também em outras tradições, há ainda preservadas muitas formas e símbolos sagrados. Se tivermos sensibilidade, perceberemos a Luz Divina por trás daquela idolatria toda, daquele equívoco. Na hora em que o sacerdote está oficiando, se prestarmos bem atenção ao que acontece, veremos que ainda acontecem coisas muito boas, como o fluir de energias santificadas, sobretudo na cerimônia da Eucaristia. Se pudermos interpretar suas palavras à luz do Evangelho da Interpretação, perceberemos que esses símbolos, hoje deturpados, já contiveram e podem novamente conter um conhecimento que pode salvar o mundo do materialismo e do niilismo, como os ossos que ganham novamente carne, sangue e vida.

O Mistério Vivo Ainda Existe

Embora muito deturpado, ainda existe um Mistério, um real e vivo ministrar e fluir de energias espirituais. Pelo menos existe mais ali do que fora dali, no mundo em geral. E os símbolos sagrados, embora agora um tanto vazios, apenas como a casca ou os ossos ressecados, também estão presentes. E mesmo que não existisse o Mistério do vivo fluir de forças espirituais, se os símbolos estão ali, devemos procurar resgatar a sua verdadeira interpretação, como dever para com nosso povo e como dever para com os Maiores do que nós, que deram e que continuamente dão a vida por nós. Se Eles fizeram e fazem esse Sacrifício, quem somos nós para renegar?

Precisamos tirar o que tem de falso e colocar luz. Esse é o nosso dever, tanto pensando nos que são menores, “mais jovens”, quanto nos que são maiores, “mais velhos” do que nós. Temos que procurar trazer a pequena luz que pudermos ao mundo.” (Arnaldo Sisson Filho. Vislumbres de Uma Religião Realmente Católica)