Temos a seguir uma análise a respeito do atual perfil evolutivo da Fraternidade Humana. Dentro da perspectiva da Filosofia Perene, uma visão bastante interessante desse perfil evolutivo pode ser encontrada numa descrição geral do famoso clarividente Charles W. Leadbeater a respeito dos Corpos Causais da humanidade de nossa época. Esse panorama geral implica em algumas repetições de fatos já examinados em outras postagens, contudo, em vista da importância desse tópico dentro da mensagem geral deste site, essas repetições podem servir para enfatizar o que se está pretendendo comunicar.
Lembremos que, como vemos em outra postagem nesse site do conhecido clarividente Geoffrey Hodson, “a condição do corpo causal é um verdadeiro registro – o único registro verdadeiro – do crescimento do homem, ou do estágio de evolução que ele atingiu.” O nível de desenvolvimento desses veículos, portanto, revela fielmente o perfil do real desenvolvimento psico-espiritual alcançado pela Fraternidade Humana em seu atual estágio evolutivo. Passemos, então, à descrição de C.W. Leadbeater:
“O terceiro sub-plano do mundo mental é o sub-plano inferior do mundo mental superior, ou plano causal, e também é o mais povoado de todos os sub-planos, porque ali estão presentes os sessenta bilhões de Eus Superiores envolvidos na atual evolução humana, exceto um número relativamente exíguo dos capazes de atuar no segundo e primeiro sub-planos. Cada Ego (ou Eu Superior) ali se apresenta como uma forma ovoide, que no princípio é apenas uma forma incolor de tenuíssima consistência quase invisível, porém que, à medida que progride, vai mostrando uma radiante iridiscência semelhante à das bolhas de sabão, de modo que as cores brincam em sua superfície como mudam os matizes em uma catarata tocada pelos raios do sol.
(…) quando o Ego se adianta notadamente em sua evolução, o ovoide do corpo causal do Ego se converte num fúlgido globo de flamejantes cores, com matizes em absoluto desconhecidos na Terra, tão suaves, brilhantes e luminosos que a linguagem humana é incapaz de os descrever. (…)
Os corpos causais estão cheios de um vívido fulgor que advém de um plano superior, de modo que os globos parecem conectados por um tremulante fio de intensa luz que concorda com a frase da estância de Dizian: “A chispa pende da chama pelo finíssimo fio de Fohat”. À medida que o Ego ou Eu Superior se adiante, aumenta sua capacidade de receber maior quantidade de energia divina que como por um canal flui pelo fio, o qual amplia sua espessura para facilitar a passagem da corrente. De modo que desde o segundo sub-plano esse fio toma o aspecto de um tubo de comunicação entre o céu e a terra, e num nível muito superior parece um grande globo do qual emana um fluxo vivente no qual o corpo causal se entrefunde. (…)
Tanto os Egos encarnados como os desencarnados estão em sua imensa maioria semiconscientes, embora já poucos se encontrem incolores. Porém, os plenamente conscientes brilham como estrelas de primeira grandeza entre a multidão de irradiação não tão viva, de maneira que a intensidade de vibração e cor denota o grau de evolução de cada Ego.
A maioria não está ainda suficientemente amadurecida para compreender as leis da evolução a que se acha sujeita; anseia encarnar em obediência ao impulso da Vontade cósmica, e também pela cega sede de vida manifestada, isto é, pelo desejo de estar onde possa sentir e ter consciência da vida manifestada.
Nas primeiras etapas de sua evolução, os Egos não são capazes de perceber as rapidíssimas e penetrantes vibrações da sutilíssima matéria do mundo causal, e só respondem às pesadas e lentas vibrações da grosseira matéria física. Assim é que somente no mundo físico se creem vivos, explicando-se desse modo o seu intenso desejo de renascer na Terra. Durante algum tempo esse desejo concorda exatamente com a lei da evolução, pois só podem evoluir por meio de contatos externos aos quais se vão habituando a responder, e que só pode lhes ser proporcionado pela vida terrena. Pouco a pouco a sua capacidade responsiva aumenta e percebem as vibrações da matéria física etérica e depois as da matéria astral. (…)
Pelo mesmo processo de acostumar-se a responder aos contatos externos, o Ego aprende a concentrar a consciência no corpo mental e a viver segundo as imagens que ele mesmo forja, bem como também aprende a dominar suas emoções por meio do pensamento. Por fim o Ego concentra a consciência no corpo causal e então reconhece sua verdadeira vida. Quando isso acontecer, se encontrará já no segundo ou no primeiro sub-plano e não sentirá o menor desejo de se reencarnar. Mas, no momento, estamos tratando da maioria dos Egos, que ainda são pouco evoluídos e que caminham às tontas, brandindo os tentáculos da personalidade nos planos inferiores da vida, sem se aperceberem que a personalidade é um instrumento de que têm de se servir para a sua evolução. Coisa alguma procede de seu passado ou de seu futuro, pois ainda não são conscientes em seu próprio plano.
Segundo o Ego vá passando por experiências e assimilando seus resultados, adquire o conhecimento de que umas ações são boas e outras más, e esse conhecimento se manifesta imperfeitamente na personalidade como uma incipiente consciência do justo e do injusto. Pouco a pouco o sentimento de justiça vai-se afirmando, e mais claramente se formula na personalidade de modo que já serve um tanto de guia de conduta.
(…) os Egos mais avançados do terceiro sub-plano se adiantam até o ponto de se ocuparem no estudo de seu passado, assinalando as causas que o estabeleceram e aprendendo muito dessa retrospecção, de modo que os novos impulsos para a frente são mais claros e definidos, e transferem-se à personalidade como firme convencimento e imperativas intuições. (…)
Do sub-plano densamente povoado que acabamos de considerar, passamos ao segundo sub-plano que é muito menos povoado, como se passássemos de uma cidade populosa para uma aldeia tranquila, porque no atual estado da evolução humana, tão só uma exígua minoria de indivíduos chegou a esse alto nível, onde mesmo os menos evoluídos são definitivamente conscientes de si mesmos e de tudo o que os rodeia. O ego nesse sub-plano (…) percebe que está empenhado numa obra de aperfeiçoamento próprio e reconhece as etapas da vida física, astral e mental, pelas quais passa enquanto revestido de seus veículos inferiores.
O Ego nesse nível vê a personalidade como parte de si mesmo, com a qual está ligado e esforça-se em guiá-la, valendo-se do conhecimento de seu passado como um acervo de experiências das quais formula princípios de conduta com claro e imutável conhecimento do bem e do mal, que é transmitido à mente inferior para vigiar e dirigir suas atividades. Embora durante a primeira parte de sua vida no segundo sub-plano fracasse repetidamente no empenho de dar a entender logicamente à mente inferior os princípios que lhe transmite, acaba por fixar nela os incontrastáveis conceitos de verdade, justiça e honra.
(…) Contudo, ainda que consiga guiar seus veículos inferiores, não é ainda claro e preciso o conhecimento deles e de suas ações. Vê nebulosamente os planos inferiores cujos pormenores não compreende tão bem como os princípios, e parte de sua evolução no segundo sub-plano consiste em pôr-se mais e mais conscientemente em contato direto com a personalidade que tão deficientemente o representa nos mundos inferiores.
Do dito acima se infere que só se encontram no segundo sub-plano os Egos que anseiam pelo aperfeiçoamento espiritual e portanto são capazes de receber a influência dos planos superiores. Amplia-se o canal de comunicação pelo qual flui então mais energia. Sob essa influência o pensamento adquire uma qualidade singularmente clara e penetrante, mesmo nos Egos menos adiantados desse sub-plano, e o efeito dessa qualidade se mostra na mente inferior como uma tendência à filosofia e às ideias abstratas. (…)
O primeiro sub-plano é o mais glorioso do mundo mental, no qual moram poucas entidades pertencentes à nossa humanidade, que são os Mestres de Sabedoria e Compaixão e seus discípulos e iniciados. A beleza de forma, cor e som é inefável nesse sub-plano, porque na linguagem humana não existem vocábulos em que possam achar expressão tão radiantes esplendores. (…)
“Desse primeiro sub-plano do mundo mental o gênio recebe a luz que o ilumina e ali encontram orientação todos os esforços de adiantamento espiritual.
Assim como os raios de sol se difundem por toda a parte, e cada qual os aproveita segundo sua natureza, assim dos Irmãos Maiores da humanidade flui sobre todos os Egos a luz da vida que Eles têm por missão difundir, e cada qual aproveita o que é capaz de assimilar para seu crescimento e evolução. Desse modo, como em todas as outras coisas, a mais excelsa glória do mundo se acha na glória do Serviço, e os Egos que terminaram a evolução mental são as fontes de quem dimana a força auxiliadora dos que ainda estão na linha ascendente.” (O Plano Mental, p. 103-116)
A maior importância dessa longa descrição clarividente de C. W. Leadbeater para o contexto da mensagem deste site está no fato de que ela nos dá uma visão bastante completa do atual estágio evolutivo da humanidade. Ela não só descreve os nossos Eus Superiores em seus diferentes níveis de desenvolvimento, mas, o que é mais importante e raro, descreve claramente as proporções relativas de cada um desses níveis de desenvolvimento dentro da população total. Tais proporções encontram impressionante corroboração científica experimental nas pesquisas e obras de Philip E. Converse, bem como em nossos estudos e obra O Que Há de Errado com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia.