Movimento Vegetariano: Redentor do Mundo

Considero o movimento vegetariano o mais importante movimento de nossa época. Acredito nisso porque vejo nele o começo da verdadeira civilização. Minha opinião é que até o presente momento não sabemos o que significa civilização. Quando olhamos para os cadáveres dos animais, sejam inteiros ou cortados – que com molhos e condimentos são servidos em nossas mesas – não pensamos no horrível fato que precedeu esses pratos; e, não obstante, é algo terrível saber que a cada refeição que fazemos foi a custo de uma vida. Sustento que devemos à civilização a elevação de toda aquela classe profundamente desmoralizada e barbarizada de pessoas – açougueiros, boiadeiros e todos os outros envolvidos nesse negócio deplorável. Milhares de pessoas são degradadas pela presença de abatedouros em suas vizinhanças, o que condena classes inteiras a uma ocupação aviltante e desumana. Aguardo pelo tempo em que a consumação do movimento vegetariano tenha criado homens perfeitos, pois vejo nesse movimento o alicerce da perfeição. Quando percebo as possibilidades do vegetarianismo e as alturas a que ele pode nos elevar, me sinto convencida de que ele se provará o redentor do mundo”. [Anna Kingsford. Citada por Samuel H. Hart, em Em Memória de Anna Kingsford (In Memoriam Anna Kingsford). Esse livreto contém o texto completo, com adendos do autor, da palestra proferida por ele para a Sociedade Vegetariana de Leeds, em 15 de setembro de 1946, na comemoração do Centenário do nascimento de Anna Kingsford; grifo nosso]