“Há apenas um movimento na vida, o externo e o interno; esse movimento é indivisível, embora esteja dividido. Estando dividido, a maioria segue o movimento externo do conhecimento, das idéias, crenças, autoridade, segurança, prosperidade, e assim por diante. Em reação a esse, segue-se a assim chamada vida interior, com suas visões, esperanças, segredos, conflitos, desesperos.
Como esse movimento é uma reação, ele está em conflito com o externo. E portanto existe contradição, com suas dores, ansiedades e fugas.
Há apenas um movimento, que é o externo e o interno. Com a compreensão do externo, o movimento interno tem início, não em oposição ou em contradição. E como o conflito foi eliminado, o cérebro, embora altamente sensitivo e alerta, torna-se quieto. Somente então o movimento interno tem validade e real significado.
A partir desse movimento surge uma generosidade e uma compaixão que não são o produto do raciocínio e da autonegação intencional.” [J. Krishnamurti. Krishnamurti’s Notebook (Diário de Krishnamurti), p. 14; grifos nossos]