A Democracia do Futuro e o Sonho-Visão de Dom Bosco

 

A Democracia do Futuro 

e o Sonho-Visão de Dom Bosco 

Arnaldo Sisson Filho 

Coleção
Roda e Cruz

2024 

 


A Democracia do Futuro é um sistema político justo e competente, centrado em um novo modelo de eleição dos dirigentes, o qual concilia liberdade, igualdade de oportunidade nas eleições, harmonia entre responsabilidades e capacidades, e geração do suficiente poder político.

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SISSON FILHO, Arnaldo. A Democracia do Futuro e o Sonho-Visão de Dom Bosco/ Brasília – Edição do Autor – 2024.

1. Democracia 2. Política 3. Religião 4. Sonho de Dom Bosco. I. Título

 


Dedicatória

Dedico, com profunda gratidão, essa pequena obra introdutória ao “jovem de seus dezesseis anos, amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol”, o qual convidou, guiou, ensinou e inspirou Dom Bosco ao longo de todo o seu sonho-visão.

E também, aos Precursores, antigos e modernos, da filosofia social do Humanitarismo e seu Modelo de Democracia Representativa. Esses precursores podem ser conhecidos no site: [https://www.humanitarismo.com.br/precursores-do-humanitarismo/]


Agradecimentos

Agradeço aos meus amigos Luis Antonio de Souza e Luis Henrique de Souza que me auxiliaram na elaboração dessa obra, bem como no atual desenvolvimento de nossos vários textos e sites. [https://www.rodaecruz.com/sites-e-paginas-associados/]


Citações Iniciais (Portada)

“Seria algo insensato, em si mesmo contraditório, estimar poder ser realizado o que até aqui não se conseguiu fazer, salvo se se fizer uso de procedimentos ainda não tentados.” (Francis Bacon, Novum Organum: Instauratio Magna, Livro I, VI; grifo nosso)


I Ching: 10 – Lu (A Conduta e as Diferenças de Nível)
Imagem: Acima o céu, abaixo o lago,
A imagem da CONDUTA (Caminho, Trilhar).
Assim o homem superior discrimina entre o alto e o baixo, e fortalece desse modo a mente do povo.O céu e o lago evidenciam uma diferença de altitude inerente à essência dos dois, e que, por isso, não desperta inveja.
Assim também entre os homens há, necessariamente, diferenças de nível. É impossível chegar a uma igualdade universal.
Porém, o que importa é que as diferenças de nível na sociedade não sejam arbitrárias e injustas, pois nesse caso a inveja e a luta de classes inevitavelmente se seguiriam.
Se, ao contrário, às diferenças de nível externo corresponderem diferenças de capacidade interna, e o valor interno for o critério para a determinação da hierarquia externa, a tranquilidade reinará entre os homens e a sociedade encontrará ordem.” (Richard Wilheim, I Ching: Livro das Mutações, p. 328-329; grifos nossos)

Vejam que acima de todas as coisas vocês ensinem a doutrina dos graus ou níveis espirituais. Os cristãos cometeram um sério erro ao requerer a mesma regra de todas as pessoas. Esses níveis são como degraus por meio dos quais se ascende do mais baixo para o mais alto. Eles são, propriamente, graus ou níveis espirituais, e não guardam qualquer relação com a condição externa da vida. Como todas as demais doutrinas, aquela das castas foi materializada.[Anna Kingsford. Clothed With the Sun. Being the Book of the Illuminations of Anna Kingsford (Vestida Com o Sol. o Livro das Iluminações de Anna Kingsford), p. 50; grifos nossos] 


A Fraternidade constitui, em sua plena acepção, uma Lei na Natureza. Não se pode deixar de enfatizar suficientemente esse ponto. Constitui o objeto do nosso trabalho que a Fraternidade passe a ser algo prático na sociedade, e nunca se tornará prático até que as pessoas compreendam que é uma Lei, não apenas uma aspiração. Quando descobrimos uma Lei na Natureza, não mais lutamos contra ela. Prontamente nos acomodamos no novo conhecimento e nos adaptamos às condições então compreendidas. Contudo, a Fraternidade [como uma Lei] é tão pouco conhecida em nosso mundo. (Annie Besant. A Vida Espiritual, p. 113; grifos e colchetes internos nossos) 


O grande princípio [ou Lei] da Reencarnação corre parelho com o princípio [ou Lei] da Fraternidade, porém isso ocorre se o aplicamos e o convertemos em uma coisa positiva na vida quotidiana. Porque dessas diferenças de idade surgem todas as possibilidades de uma Sociedade ordenada e feliz.” (Annie Besant. A Fraternidade Aplicada às Condições Sociais; grifos e colchetes internos nossos) 


Sumário

1. Introdução
2. Uma Síntese do Sonho de Dom Bosco
3. Assim Começa Dom Bosco a Narrativa
4. A Localização e o Que Viu Dom Bosco?
5. Nossa Interpretação do Sonho-Visão em Relação à Democracia do Futuro
6. Outras Imagens dos Monumentos: Pedra Fundamental e Democracia do Futuro
7. Uma Síntese da Democracia do Futuro
8. Citações Complementares Sobre a Democracia do Futuro
9. Bibliografia, Sites e Páginas


1. Introdução

[Entre colchetes os endereços para obras completas gratuitas e sites.] 

No livro O Que Há de Errado com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia [https://www.humanitarismo.com.br/livro-o-que-ha-de-errado-com-a-politica/] procuramos demonstrar, em resumo, que o que temos hoje no Brasil e no mundo em geral não se trata de formas legítimas de democracias, porém formas de plutodemagogicracias. Ou seja, o que vemos são sistemas de representação política nos quais predominam amplamente o poder dos que detêm grandes recursos materiais (pluto) e dos que iludem a população com falsas soluções de seus problemas (demagogia). 

Ora, uma verdadeira democracia precisa ser, sinteticamente, “o governo do povo, pelo povo e para o povo. E, como é bem evidente, nesses sistemas de plutodemagogicracias o governo é do povo, pelo povo, mas nunca se volta para o justo atendimento das necessidades do povo, isto é, não é um governo para o povo. 

Da mesma forma, nessa obra procuramos apresentar os fundamentos para uma verdadeira democracia, que são: 

1) liberdade;
2) igualdade de oportunidades (ou de condições) nas disputas políticas; e
3) uma boa adequação entre a responsabilidade (que sempre está atrelada ao grau de dificuldade das funções) e as características dos diferentes níveis de consciência da população (dos diferentes níveis de capacidade, ou de abrangência conceitual). 

Também esboçamos um modelo de escolha dos representantes que consideramos ser uma verdadeira democracia representativa, aqui denominada de Democracia do Futuro.
[https://www.democraciadofuturo.com]

Monumento Democracia do Futuro na Fazenda Roda e Cruz em Brasília DF
  Monumento Democracia do Futuro, ao lado da Pedra Fundamental, Fazenda Roda e Cruz, Planaltina, DF

Muito embora a abordagem do livro faça comparações de suas explanações com as principais obras das grandes tradições religiosas do mundo, sua abordagem é sobretudo científica, amparada por textos e pesquisas de eminentes cientistas sociais e políticos, a exemplo de Philip E. Converse, C.B. Macpherson, Maurice Duverger e Ernst F. Schumacher. 

Assim sendo, é natural que surja a questão: – qual a relação que pode haver entre esses fundamentos científicos para uma verdadeira democracia, e o modelo apresentado de democracia representativa do futuro, com o sonho-visão de Dom Bosco? Relação essa que está sugerida na placa em frente ao monumento dedicado a apresentar, simbolicamente, a Democracia do Futuro, ao lado do monumento Pedra Fundamental de Brasília. 

Placa no Monumento à Democracia do Futuro (ao lado da Pedra Fundamental, Fazenda Roda e Cruz)
Monumento Democracia do Futuro, ao lado da Pedra Fundamental, Fazenda Roda e Cruz, Planaltina, DF

Esse sonho-visão de Dom Bosco tem sido muito associado à fundação de Brasília, existindo inclusive a bela pequena ermida às margens do lago Paranoá dedicada a Dom Bosco e a esse sonho, considerado profético pelos seus admiradores. Para os que não conheçam tal sonho-visão cabe uma breve apresentação. 

Monumento Ermida Dom Bosco (Lago Sul, Brasília)
Monumento Ermida Dom Bosco, Lago Sul, Brasília, DF 
Parte Interna do Monumento Ermida Dom Bosco
Parte Interna do Monumento Ermida Dom Bosco
Placa de Bronze Dentro do Monumento Ermida Dom Bosco
Placa de Bronze Dentro do Monumento Ermida Dom Bosco

2. Uma Síntese do Sonho de Dom Bosco

Essa síntese foi retirada, em boa medida, de uma publicação da UCB (Univ. Católica de Brasília), a qual pode ser lida, na íntegra, no seguinte endereço:
[https://ucb2.catolica.edu.br/portal/noticias/um-sonho-profetico-de-dom-bosco/] 

Em 21 de abril de 1960, o Brasil inaugurou sua nova capital, Brasília, ideia existente de longa data, como demonstra o monumento Pedra Fundamental de Brasília, de 1922, visando interiorizar o desenvolvimento do país. 

Monumento Pedra Fundamental de Brasília (1922, Planaltina-DF)
Monumento Pedra Fundamental de Brasília (1922), Planaltina, DF
Placa de Bronze no Monumento Pedra Fundamental de Brasília (1922, Planaltina-DF)
Placa de Bronze no Monumento Pedra Fundamental de Brasília (1922), Planaltina, DF

Muitos textos, discursos e artigos, inclusive da imprensa brasileira e estrangeira, vêm desde a fundação de Brasília associando o sonho de Dom Bosco com a fundação e com os destinos da nova capital. Não cabe aqui trazer a íntegra da narrativa desse sonho porque é muito grande. Ocupa bem 10 páginas nas Memórias Biográficas de Dom Bosco. 

Cabe desde logo notar que, como afirma o próprio documento publicado pela Universidade Católica de Brasília: É indispensável notar que toda profecia é, de per si, obscura em seu enunciado, usando em sua expressão termos genéricos e linguagem imaginosa, figurativa. Esse aspecto do sonho-visão, naturalmente, permite que lhe sejam dadas diferentes interpretações. Mesmo assim, devemos dizer que estão situados nitidamente no tempo, e sobretudo no espaço, os contornos das previsões contidas no sonho-visão de Dom Bosco. 

O sonho-visão data de 1883. Dom Bosco o relatou nesse ano numa reunião da Assembleia Geral da Congregação Salesiana. O Pe. Lemoyne, que recolhia as memórias do Santo, transcreveu-o imediatamente, submetendo-o à correção de Dom Bosco, que o examinou com atenção, acrescentando e modificando. Foi publicado nas páginas 385 a 394 do volume XVI das Memorie Biografiche de Dom Bosco, cuja primeira edição veio a público em 1935 (E. CERIA, Memorie Biografiche di S. Giovanni Bosco, vol. 16, Societa Editrice Internazionale, Torino, 1935). 


3. Assim Começa Dom Bosco a Narrativa

“Na noite que precedia a festa de Santa Rosa de Lima, 30 de agosto, tive um sonho. Percebi que estava dormindo e parecia-me, ao mesmo tempo, correr a toda velocidade, a ponto de me sentir cansado de correr, de falar, de escrever e de esforçar-me no desempenho das ocupações costumeiras. Enquanto hesitava se tratava de sonho ou de realidade, pareceu-me entrar em um salão, onde se achavam muitas pessoas, falando de assuntos vários. 

E Dom Bosco reproduz longamente o assunto da conversa, da qual destacamos apenas poucas passagens: 

“(…) Nesse ínterim, aproximou-se de mim um jovem de seus dezesseis anos, amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol (…)”. (Grifo nosso) 

Esse amável e radiante guia, o acompanhou durante toda a misteriosa viagem, a qual faz parte do sonho-visão. Esse se apresenta como seu amigo e dos Salesianos, e afirma que vem em nome de Deus: 

“– Sente-se a esta mesa e puxe esta corda. 

Havia, no meio daquele salão, uma mesa, sobre a qual estava enrolada uma corda. Vi que essa corda estava marcada com linhas e números, como se fosse uma fita métrica. Percebi, mais tarde, que (…) estava situado na América do Sul, exatamente por sobre a linha do Equador, correspondendo os números impressos na corda aos graus geográficos de latitude (…)”. 

Segue-se a narração da vista de conjunto da América do Sul, segundo explica Dom Bosco: 

“Observo que então via tudo de conjunto, como que em miniatura. Depois, como direi, vi tudo em sua real grandeza e extensão. Foram os graus marcados na corda correspondendo exatamente aos graus geográficos de latitude, que me permitiram gravar na memória os sucessivos pontos que visitei, viajando na segunda parte do sonho. (…) Aquelas montanhas eram as Cordilheiras da América do Sul e aquele mar o Oceano Atlântico (…)”. 

Prossegue a visão, mostrando a Dom Bosco como conseguiria guiar tantos povos ao rebanho de Cristo, que era o seu maior objetivo, como chefe da Ordem religiosa por ele fundada: 

“– Quer ver o que sucederá depois? Venha cá. (…) Assim dizendo, tirou do bolso um mapa, que mostrava assinalada a diocese de Cartagena (Colômbia). Era o ponto de partida. 

Enquanto olhava o mapa, a máquina apitou e o trem se pôs em movimento. Viajando, meu amigo falava muito, mas nem tudo eu podia entender, por causa do barulho do comboio. Aprendi, no entanto, coisas belíssimas e inteiramente novas sobre astronomia, náutica, meteorologia, sobre a fauna, a flora e a topografia daqueles lugares, que ele me explicava com maravilhosa precisão. (…) 

Ia olhando através das janelas do vagão e descortinava variadas e estupendas regiões. Bosques, montanhas, planícies, rios tão grandes e majestosos que não era capaz de os acreditar assim tão caudalosos, longe que estavam da foz. Por mais de mil milhas, costeamos uma floresta virgem, inexplorada ainda hoje. Meus olhos tinham uma potência visual maravilhosa, não encontrando obstáculos que os detivessem de estender-se por aquelas regiões. (…) 

Mas não era tudo. Entre o grau 15 e 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia de ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: – quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível. (grifos nossos) 


4. A Localização e o Que Viu Dom Bosco?

Dom Bosco localizou a faixa compreendida pelos paralelos 15 e 20, entre os Andes e o Oceano Atlântico. Exatamente entre os paralelos 15 e 16 foi localizada a nova capital do Brasil. 

Embora o objeto de seu sonho-visão não seja exclusivamente e nem mesmo explicitamente Brasília, podemos afirmar que Dom Bosco viu, em 1883, o que hoje, em parte, já é a realidade que podemos observar. 

Que Dom Bosco tivesse associado ao Brasil esse sonho-visão, está fora de dúvida. Podemos compreender isso melhor, se recordarmos que, em 14 de julho de 1883, alguns dias antes desse sonho-visão, desembarcavam no Brasil os primeiros Salesianos, para dar início a primeira fundação de sua Ordem nesse país. Toda a preocupação de Dom Bosco estava, naqueles dias, voltada para o Brasil. Testemunha o Pe. Filipe Rinaldi, terceiro sucessor de Dom Bosco nessa Ordem, que o surpreendera em seu quarto, contemplando enternecido um atlas em que focalizava exatamente o Brasil. 

No sonho-visão que resumidamente examinamos, Dom Bosco abarcou o desenvolvimento de sua obra religiosa, juntamente com o progresso material do Brasil, na extensão que lhe permitiu sua recordação (translado ao cérebro físico) da impressionante visão no campo psíquico, no caso no nível chamado de “astral”. Tudo isso, sempre sendo auxiliado, como se fosse um convidado, “a entrar em um salão”, por um ser de extraordinária luz (“amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol”): “Sente-se a esta mesa e puxe esta corda”. 

Quanto ao progresso do Brasil, já temos a inauguração da nova capital e o que não passa da aurora do que, na melhor das hipóteses, são possíveis futuros grandes desenvolvimentos, de uma realidade social que possa algum dia vir a ser associada com “a terra prometida, que jorra leite e mel. E que será de uma riqueza inconcebível”.  

Já no que diz respeito ao crescimento da obra Salesiana, bem como de outras Ordens religiosas cristãs, o sonho-visão tornou-se, com exatidão temporal, clara realidade e, podemos acrescentar, bem dentro do prazo de 120 anos que foi antecipado pelo maravilhoso radiante jovem que o conduziu e ensinou, ao longo de todo seu sonho-visão. 


5. Nossa Interpretação do Sonho-Visão em Relação à Democracia do Futuro

Em nossos sites e páginas, [http://www.rodaecruz.com/sites-e-paginas-associados/], bem como em nossos escritos, deixamos bastante claro que o aparecimento aqui da “terra prometida, que jorra leite e mel”, onde haverá “uma riqueza inconcebível (usando a linguagem evidentemente alegórica de Dom Bosco), não terá possibilidade de tornar-se realidade sem uma grande reforma intelectual no campo metafísico e ético, e sem o consequente advento de novas formas de grandes instituições sociopolíticas, inspiradas numa metafísica e numa ética verdadeiras. 

Resumidamente, vemos que o mundo carece de uma visão metafísica e ética que seja, ao mesmo tempo, verdadeiramente católica e verdadeiramente científica. Isso parece uma contradição aos pensadores materialistas, e também aos pensadores que seguem as atuais concepções dominantes nas grandes religiões. Contudo, para a visão metafísica e ética (vide sites abaixo) a qual fundamenta a Democracia do Futuro, isso trata-se de uma clara necessidade. A seguir o referido conjunto de nossos sites: 

A Filosofia Perene (ou Esotérica)
A Fraternidade Universal Como uma Lei;
Site Anna Kingsford;
O “Novo” Evangelho da Interpretação
O Cristianismo Budista
O Humanitarismo;
A Democracia do Futuro;
A Roda e a Cruz;
Ideias Para um Mundo Melhor.

Agora, visando oferecer uma muito resumida ideia da visão metafísica e ética a que estamos nos referindo, a qual está contida nos sites acima, bem como em nossas obras, trazemos a seguir algumas passagens de textos selecionados: 

Citações Complementares à Nossa Interpretação: 

A Presença nas Escrituras de um Sentido Místico Escondido Dentro do Sentido Aparente 

“Esta primeira sugestão (…) que nos foi dada a respeito da verdade que posteriormente foi revelada plenamente: a presença nas Escrituras de um sentido místico escondido dentro do sentido aparente, como uma noz em sua casca, o qual é o sentido pretendido, e não o sentido literal”.
[Edward Maitland. The Story of Anna Kingsford and Edward Maitland and of the New Gospel of Interpretation (A História de Anna Kingsford e Edward Maitland e do Novo Evangelho da Interpretação), p. 53; grifo nosso]
[https://annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/012-OAKM-P-MaitStory-web.htm] 

A Necessidade da Interpretação das Bíblias do Mundo 

Aquilo que vocês precisam na Terra é a interpretação de suas Bíblias, e de todas as Escrituras que contém a sabedoria oculta, o mistério de que São Paulo tão frequentemente mencionava como existindo desde os primórdios do mundo”. [P. ex: Romanos 16:25]
(Edward Maitland, Uma Mensagem à Terra, p. 69; grifo nosso) [https://annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/OAKM-P-Message-web.htm] 

Erguido Véu do Simbolismo Igrejas São Similares, Doutrinas Básicas São Idênticas 

Uma vez erguido o véu do simbolismo da face divina da Verdade, todas as Igrejas são similares, e a doutrina básica de todas é idêntica (…). Grega, Hermética, Budista, Vedantina, Cristã – todas essas Lojas dos Mistérios são essencialmente unas e são idênticas em doutrina. (…) 

Nós sustentamos que nenhum credo eclesiástico isolado é compreensível somente por si mesmo, se não for interpretado com o auxílio de seus antecessores e de seus contemporâneos. 

Por exemplo, estudantes de teologia cristã somente aprenderão a entender e a apreciar o verdadeiro valor e significado dos símbolos que lhes são familiares por meio do estudo da filosofia Oriental e do idealismo pagão. 

Pois o Cristianismo é o herdeiro dessa filosofia e desse idealismo, e o que há de melhor em seu sangue vem das veias dessa filosofia e desse idealismo. 

E visto que todos os seus grandes antecessores ocultaram por trás de suas fórmulas e ritos externos – os quais são meras cascas e coberturas para entreter os pobres de entendimento – as verdades internas ou ocultas reservadas ao iniciado, assim também o Cristianismo reserva aos buscadores sérios e aos pensadores mais profundos os Mistérios internos verdadeiros, que são unos e eternos em todos os credos e igrejas desde o princípio do mundo. 

Esse significado verdadeiro, interior e transcendental é a Presença Real velada nos Elementos do Divino Sacramento: – a substância mística e a verdade simbolizadas sob o pão e o vinho das antigas orgias de Baco, e agora da nossa própria Igreja Católica. 

Para aquele não sábio, que não pensa profundamente, que é supersticioso, os elementos físicos são a finalidade do rito; para o iniciado, o vidente, o filho de Hermes, eles são apenas os sinais externos e visíveis daquilo que é sempre, e necessariamente, interno, espiritual e oculto”. [Edward Maitland. Citado por Samuel H. Hart, em seu Prefácio à Quinta Edição (pp. 12-13), da obra The Perfect Way (O Caminho Perfeito). Citação extraída da obra The Life of Anna Kingsford (A Vida de Anna Kingsford), Vol. II, pp. 123-124; grifos nossos]
[https://annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/02-OAKM-P-Pway/02-OAKM-P-Pway-txt.htm]
[https://annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/013-OAKM-P-MaitLife-web.htm] 

Por Que a Igreja Cristã Foi Chamada de Católica? A Figura do Cristo Sintetiza as Figuras Centrais das Dispensações Anteriores 

A fé cristã é a herdeira direta da velha fé romana. Roma foi a herdeira da Grécia, e a Grécia do Egito, de onde se originaram o legado de Moisés e o ritual hebraico. 

O Egito foi apenas o foco de uma luz cuja verdadeira fonte e centro era o Oriente em geral – Ex Oriente Lux. Pois o Oriente, em todos os sentidos, geograficamente, astronomicamente e espiritualmente, é sempre a fonte de luz. 

Mas, embora originalmente derivada do Oriente, a Igreja de nossos dias e de nosso país é modelada diretamente a partir da mitologia greco-romana, e de lá retira todos os seus ritos, doutrinas, cerimônias, sacramentos e festivais. 

Portanto, a exposição que será feita sobre o Cristianismo Esotérico tratará mais especificamente dos mistérios do Ocidente, uma vez que suas ideias e sua terminologia são para nós mais atrativas e próximas do que as concepções não artísticas, a metafísica não familiar, o espiritualismo melancólico e a linguagem pouco sugestiva do Oriente. 

Extraindo sua essência vital diretamente da fé pagã do velho mundo Ocidental, o Cristianismo mais proximamente se parece com seus pai e mãe imediatos, do que com seus ancestrais remotos, e será, então, mais bem exposto com referência a suas fontes da Grécia e de Roma, do que com referência a seus paralelos bramânicos e védicos. 

A Igreja cristã é católica, ou então ela não é nada que mereça, em absoluto, o nome de Igreja. Pois católico significa universal, todo abarcante: – a fé que sempre e em todos os lugares foi recebida. A prevalecente visão limitada desse termo é errada e prejudicial. 

A Igreja cristã foi inicialmente chamada de católica porque ela abarcava, compreendia e tornou seu o passado religioso de todo o mundo. Reunindo em sua figura central – do Cristo – e em torno dessa figura todas as características, lendas e símbolos até então pertencentes às figuras centrais das dispensações anteriores, proclamando a unidade de toda aspiração humana, e formulando em um grande sistema ecumênico as doutrinas do Oriente e do Ocidente. 

Assim, a Igreja católica é védica, budista, zend-avesta e semítica. Ela é egípcia, hermética, pitagórica e platônica. Ela é escandinava, mexicana e druídica. Ela é grega e romana. Ela é científica, filosófica e espiritual. 

Encontramos em seus ensinamentos o panteísmo do Oriente, e o individualismo do Ocidente. Ela fala a língua e pensa os pensamentos de todos os filhos dos homens; e em seu templo todos os deuses estão em um lugar sagrado. 

Eu sou vedantina, budista, helenista, hermética e cristã, porque eu sou católica. Pois nessa única palavra todo o Passado, Presente e Futuro estão abarcados. 

Como Santo Agostinho e outros dos Padres (Pais) da Igreja verdadeiramente declararam, o Cristianismo não contém nada de novo a não ser o seu nome, estando próximo dos antigos desde o seu início. E as várias seitas, que retém apenas uma porção da doutrina católica, são apenas como cópias incompletas de um livro, do qual capítulos inteiros foram retirados, ou como representações de uma peça teatral na qual apenas alguns de seus personagens e de suas cenas foram mantidos.” [Anna Kingsford e Edward Maitland. The Credo of Christendom (O Credo do Cristianismo), pp. 94-96; grifos nossos]
[https://annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/08-OAKM-P-Credo-web.htm] 

Tendo em vista as sintéticas noções acima, mais focadas em seus aspectos metafísicos e éticos (que, como vimos, são consideradas tanto religiosas, como filosóficas e científicas), vamos continuar com nossa interpretação do sonho-visão de Dom Bosco. Para resumir o caminho de nossa interpretação, podemos dizer que procuramos interpretar esse sonho-visão de acordo com o que escreveu o apóstolo Paulo: 

“Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos. (…) Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova [e eterna] aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica [a compreensão lúcida ou espiritual]. (2 Coríntios 3:3-6; grifos e colchetes nossos) 

Da mesma forma, entendemos que o sonho-visão de Dom Bosco necessita ser interpretado, não com os olhos da letra, porém com os olhos do Espírito, ou seja, com a compreensão mística ou espiritual. Cabe lembrar que a palavra “místico” vem de um radical grego que significa silêncio, ou seja, verdadeira oração, meditação e contemplação. Somente assim a interpretação pode ser “escrita com o Espírito do Deus vivo, em tábuas de corações humanos”. 

Nesse mesmo sentido, nos parece que o sonho-visão de Dom Bosco não deve ser interpretado literalmente, mas – assim como ocorre com todas as grandes escrituras sagradas – precisa ser abandonada a compreensão literal e ser buscado seu verdadeiro significado alegórico. 

Aqui, na busca desse verdadeiro significado alegórico do sonho, o aspecto que nos parece decisivo é não interpretarmos os “montes” literalmente, mas em seu sentido alegórico e verdadeiro dentro da simbologia cristã. 

Assim, segundo o “Novo” Evangelho da Interpretação – que é a denominação da mensagem da Dra. Anna Kingsford e seu grande companheiro de trabalho Edward Maitland – montes e montanhas significam estados de elevação espiritual, os quais sempre estão fundamentados e orientados por uma vida de verdadeira caridade ou amor. Por exemplo, Moisés fala com Deus em um monte; Jesus passa por sua gloriosa Transfiguração em um monte; passa por sua mais gloriosa ainda Crucificação em um monte, e temos ainda, entre outras, aquela maravilhosa passagem dos Evangelhos que é o Sermão da Montanha: 

5:1 “Vendo ele as multidões, subiu à montanha. Ao sentar-se, aproximaram-se dele os seus discípulos.
2 E pôs-se a falar e os ensinava, dizendo:
3 Felizes os pobres de espírito, porque deles é o Reino Céus.
4 Felizes os mansos porque herdarão a terra.
5 Felizes os aflitos, porque serão consolados.
6 Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
7 Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8 Felizes os puros no coração, porque verão a Deus.
9 Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10 Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.”
11 Felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim.
12 Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós.” (Mateus 5:1-12; grifo nosso) 

Quando assim interpretado, o “cavar as minas escondidas em meio a estes montesde onde surgirá “uma riqueza inconcebível significa a elevação da consciência em profundo silêncio, meditação e contemplação, como coroamento de uma vida de caridade ou amor, que é unicamente onde “o Cristo em nós, a esperança de glória”, ou “o Deus vivo em corações humanos” poderá ser lúcida e verdadeiramente alcançado. 

Tão somente dessa vivência poderá resultar uma metafísica e uma ética realmente católica (não no sentido usual e errado dessa palavra), bem como realmente científica (não no sentido comum e degenerado dessa palavra). E tão somente daí poderá surgir uma interpretação lúcida e espiritual das bíblias das grandes religiões e de todos os textos sagrados do mundo. 

Do mesmo modo, como uma necessidade lógica, tão somente daí poderão nascer novas e justas grandes instituições sociais, sem as quais jamais será possível o advento de uma riqueza inconcebível. 

Ouro, prata, petróleo, minerais preciosos, por mais preciosos que sejam nunca alcançaram ou alcançarão a lúcida metafísica necessária para uma religião e uma ética realmente católicas e científicas. E, sem essa grande reforma intelectual nunca se verá o aparecimento aqui (ou em qualquer outro lugar) da “terra prometida, que jorra leite e mel”, e onde haverá “uma riqueza inconcebível. 

Conforme procuramos demonstrar em nossos sites e livros (vide Bibliografia), a interpretação realmente católica e realmente científica das bíblias do mundo nos leva à existência de uma Filosofia Perene, bem como à sua grande Lei Natural da Fraternidade Universal. E essas constituem a “rocha” sobre a qual se pode construir grandes instituições sociais justas e competentes. 

Dentre essas grandes instituições, temos como a de maior importância o ordenamento político (uma vez que é através ordenamento que são definidas as demais grandes instituições sociais). Assim sendo, temos a necessidade de uma verdadeira democracia participativa, ou como aqui denominada, a necessidade de uma verdadeira Democracia do Futuro, da qual se possa esperar o surgimento da “terra prometida, que jorra leite e mel”, e onde haverá “uma riqueza inconcebível. 

Monumento à Democracia do Futuro (Sonho-Visão de Dom Bosco)
Monumento Democracia do Futuro (Sonho-Visão de Dom Bosco)

Essa Democracia do Futuro, também lógica e necessariamente, terá a forma de uma representação piramidal, em “cascata” ou “árvore invertida” como ela é referida na ciência política, e que está claramente representada no monumento “Democracia do Futuro”, ao lado da Pedra Fundamental de Brasília. 

Cabe enfatizar que a defesa desse modelo organizacional não se trata de uma crença, mas de uma necessidade lógica, porque é a única forma de integrar os pilares, ou fundamentos metafísicos, éticos e científicos de uma verdadeira democracia: A liberdade, a igualdade de oportunidades, e a harmonia entre funções e capacidades. 

E essa ética (nova e eterna) está baseada nos princípios da Filosofia Perene e sua fundamental Lei Natural da Fraternidade Universal. 

Antes de concluirmos esse texto convém esclarecer e sublinhar alguns pontos, sobretudo visando neutralizar, por pouco que seja, as más interpretações que esse texto, inevitavelmente, merecerá. 

Em primeiro lugar, devemos esclarecer que a nossa interpretação do sonho-visão de Dom Bosco é apresentada sob um caráter experimental, como uma hipótese interpretativa, e não como um ponto do qual tenhamos certeza de sua correção ou veracidade. Ou seja, é possível que a interpretação alegórica que estamos apresentando, como de fato se tratando de um sonho realmente profético, não seja cabível de ser aplicada a esse sonho-visão de Dom Bosco. Interpretação essa que foi feita à luz do “Novo” Evangelho da Interpretação, como já foi escrito. 

Por outro lado, estamos afirmando, pelas razões já apresentadas, que fora dessa interpretação esse impressionante sonho-visão não se trata de um sonho profético e, assim sendo, não será verdadeiro nas suas maiores previsões, bem como não será de elevada significância espiritual. Isso pela simples razão de que riquezas materiais, repetimos, jamais serão a base da “terra prometida. 

Uma vez que se trata de uma hipótese, uma interpretação apresentada com caráter experimental, pode naturalmente surgir a questão acerca de quais os motivos de tornarmos pública essa possível relação entre esse sonho-visão e a Democracia do Futuro. 

A resposta é que a apresentação ao público dessa possível relação nos permite, de um lado, apresentarmos, mesmo que de forma sintética e introdutória, os princípios da verdadeira catolicidade e da verdadeira cientificidade, os quais afirmamos como sendo os elementos fundamentais para a grande reforma intelectual que deve embasar a metafísica e a ética das novas grandes instituições sociais, cujo centro é a Democracia do Futuro. Princípios esses que são inerentes à Filosofia Perene e à Lei Natural da Fraternidade Universal, e que ao nosso ver estão presentes em todas as tradições religiosas, quando bem interpretadas, e assim em todas as Igrejas que mereçam esse nome. 

De outro lado, o tornar pública essa interpretação, e essa possível relação, nos permite oferecer ao mundo religioso em geral (hoje empobrecido pelo domínio das interpretações literais e, portanto, idólatras e materialistas de seus principais símbolos sagrados) a oportunidade de reconhecer tais equívocos que denigrem e colocam a religião em contradição com a verdadeira ciência (cuja principal característica é a indução a partir de hipóteses experimentais), bem como com a verdadeira filosofia (cuja principal característica é a dedução a partir de hipóteses metafísicas). 

E também nos permite oferecer uma possibilidade de que esse grande sonho-visão de Dom Bosco seja, genuinamente, profético. Isso porque riquezas espirituais, e não materiais, serão sempre a base da “terra prometida, que jorra leite e mel”, e onde haverá “uma riqueza inconcebível. 

Apenas para reforçar nossas afirmações, consideremos a interpretação de outro ponto na narrativa de Dom Bosco, o qual temos sublinhado, que é a questão de que se trata de “uma riqueza inconcebível. Esse ponto, juntamente com a questão dos montes lhe é apresentado no sonho-visão sob a forma de várias repetições, fato que, a nosso ver, coloca esse ponto como um dos de maior importância em todo seu notável sonho-visão: 

“Disse então uma voz repetidamente: – quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.” (grifos nossos) 

Petróleo, ouro, prata, minerais e pedras preciosas, ou quaisquer outras riquezas materiais, por mais valiosos que sejam, como já foi dito, jamais serão a base da terra prometida, e são riquezas que, por valiosas que sejam, são perfeitamente concebíveis para o pensamento humano. Já a visão beatifica, ou mística, segundo os relatos dos grandes místicos de todos os tempos e lugares, constitui uma Realidade tão exaltada, tão extra-ordinária, que o pensamento humano, devido a suas inerentes limitações, não consegue realmente conhecer. 

Novamente, aqui não se trata de uma crença, mas de uma necessidade lógica, uma vez que o pensamento sempre é um comparar, um “fazer dois”, um fragmentar (por isso os antigos o chamavam de di-alética). 

E, mais do que isso, o pensamento é sempre um comparar de imagens e de conceitos, que são sempre representações, ou “reflexos”, de realidades noumênicas, e portanto sempre implicam em representações fenomênicas. Sempre um comparar de “fotografias”, ou de “sombras”, como na Alegoria da Caverna do grande filósofo Platão. Enquanto que a faculdade gnosiológica que pode tornar possível a visão beatifica, ou mística, trata-se de uma gnose, um conhecer por fusão, e não a di-aletização, a separatividade inerente a uma comparação de imagens e conceitos, ou de “sombras. 

Tal faculdade é considerada uma quimera, uma irrealidade fantasiosa, pelo materialismo cientificista, hoje dominante no campo das elites. Ou como se fosse uma espécie de “milagre”, algo de sobrenatural pelas religiões decaídas, materializadas e idólatras, caracterizadas pelo literalismo e pelo sectarismo, e não pela verdadeira catolicidade inerente a toda Igreja que mereça esse nome, e nem tampouco pela verdadeira cientificidade e humildade inerentes ao reto e honesto pensar, o qual alcança a compreensão lógica, ao mesmo tempo, de sua importância e de seus limites. 

Essa faculdade superior, unitiva e verdadeiramente intuitiva (no sentido etimológico de “ir-dentro”) deve se fazer presente na glória aludida pela bem-aventurança afirmada pelo Sermão da Montanha: 

“Felizes os puros no coração, porque verão a Deus.” 

Finalmente, é essa faculdade que deve se fazer presente na Sabedoria, que no Livro da Sabedoria (atribuído, mesmo que alegoricamente, a Salomão) deve caracterizar o justo e competente dirigente de nações. Ou no Livro do Provérbios ao afirmar: 

“Quando os justos governam, o povo se regozija; mas quando no poder estão os perversos, o povo geme.” (Provérbios, 29:2) 

Ou em Platão ao afirmar: 

“Enquanto não forem, ou os filósofos reis nas cidades, ou os que agora se chamam reis e soberanos filósofos genuínos e capazes [N.A.: Platão usa esses adjetivos (genuínos e capazes) porque filo-sofia para ele é verdadeiro amor, busca e em alguma medida vivência da sabedoria, a qual, como vimos, é bem mais do que conhecimentos intelectuais] e se dê esta união do poder político com a filosofia, enquanto as numerosas naturezas que atualmente seguem um desses caminhos com exclusão do outro não forem impedidas forçosamente de o fazer, não haverá tréguas dos males, meu caro Gláucon, para as cidades, nem sequer, julgo eu, para o gênero humano (…). Mas isso é o que há muito tempo hesitava em dizer, por ver como seriam julgadas paradoxais essas afirmações. Efetivamente, é penoso ver que não há outra felicidade possível, particular ou pública. (Platão, A República. Livro VII, 473 d; grifos e colchete nossos) 

Então, por essa razão sublinhamos tantas vezes “riquezas inconcebíveis no sonho-visão de Dom Bosco, e apresentamos para isso uma interpretação plausível. Porque somente dessa riqueza, que só pode ser encontrada “escavando os montes da elevação espiritual, será possível, aqui ou em qualquer outro lugar, o advento “da terra prometida, que jorra leite e mel”. 

Essa antiga e bela alegoria trata-se da harmonia, da justiça, e do bem estar do povo, com dirigentes cuja ação esteja, em alguma medida que seja, sob inspiração da verdade viva, ou como escreveu o Apóstolo, esteja “escrita com o Espírito do Deus vivo, em tábuas de corações humanos”. 

Assim (segundo essa interpretação possível e plausível do sonho-visão de Dom Bosco), é na exata medida em que, “escavando as minas nos montes”, se encontre e se ponha em prática a metafísica, a ética e as consequentes grandes instituições sociais que permitam essa sabedoria viva chegar aos cargos de maior responsabilidade, como previa o I Ching, o Livro da Sabedoria, o Livro dos Provérbios, Confúcio, Platão e tantos outros Filhos de Deus, que teremos uma verdadeira Democracia do Futuro, onde “o povo se regozija”. Ou seja, uma verdadeira democracia na qual o governo seja do povo, pelo povo e para o povo. 

Usando a antiga bela imagem do sonho-visão de Dom Bosco, é tão somente sob a luz dessa possível interpretação que se poderá ver o advento aqui da “terra prometida, que jorra leite e mel”, e que “será uma riqueza inconcebível”. 

Tão somente sob essa possível e plausível interpretação não literal, porém mística e alegórica, é que o sonho-visão de Dom Bosco poderá se provar verdadeiramente profético, ou seja, correto em suas previsões e de grande elevação espiritual. 

Finalmente, a seguir trazemos mais algumas imagens do monumento Democracia do Futuro, e em seguida uma sintética apresentação dos aspectos fundamentais do que seja uma verdadeira democracia representativa, para que fique mais clara sua relação com a forma desse monumento, e para que esse monumento, ao ser melhor compreendido, auxilie na realização desse magnífico sonho-visão. 


6. Outras Imagens do Monumento Democracia do Futuro, ao lado da Pedra Fundamental de Brasília

 


7. Uma Síntese da Democracia do Futuro

– Requisitos para um Modelo Alternativo Competente
– Democracia do Futuro: Representação em Cascata ou Árvore Invertida
– A Liberdade É Garantida
– Um Processo com Igualdade de Oportunidades
– A Harmonia entre Funções e Capacidades
– A Geração do Poder Necessário
– Necessita-se de um Exemplo para as Nações 

Requisitos para um Modelo Alternativo Competente 

Em nossa obra O Que Há de Errado com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia [https://humanitarismo.com.br/livro-o-que-ha-de-errado-com-a-politica/] deixamos claro o fracasso dos modelos atualmente dominantes e porque eles jamais poderão assegurar uma ordem social justa e competente, sobretudo no que diz respeito ao problema do enorme diferencial de riqueza existente entre os países ricos e os países pobres (onde vivem duas terças partes da população mundial). 

Ou seja, procuramos esclarecer que tais modelos (que hoje geralmente são vistos como exemplos bem sucedidos a serem copiados) jamais poderão resolver o desafio da superação do quadro de exclusão e miséria de tantos milhões que assistimos em nossos dias. 

Assim sendo, apresentamos agora algumas diretrizes gerais a respeito de como seria um modelo político alternativo, que tivesse a chance de alterar substancialmente esse panorama. 

Já vimos anteriormente que a premissa, isto é, a visão de ser humano e de humanidade que fundamenta esse novo modelo deve ser aquela que mostra a humanidade à luz da Lei Natural da Fraternidade Universal, isto é, o princípio que implica no reconhecimento da unidade essencial dos seres humanos, bem como das suas grandes diferenças de capacidades (unidade na diversidade). 

Quais, então, seriam as características principais de um novo modelo de organização política, que atendesse as necessidades antes expostas para um processo justo e competente de seleção dos governantes, bem como a necessidade de dotar esses governantes do suficiente poder de coerção? 

Os requisitos essenciais que devem existir simultaneamente para um competente processo de escolha dos dirigentes são: 

1) liberdade;
2) igualdade de oportunidades (ou de condições) nas disputas políticas; e
3) uma boa adequação entre a responsabilidade (que sempre está atrelada ao grau de dificuldade das funções) e as características dos diferentes níveis de consciência da população (dos diferentes níveis de capacidade, ou de abrangência conceitual). 

no que diz respeito à geração do necessário poder de coerção pelo sistema (de modo que os governantes possam regular e harmonizar a atuação das grandes organizações), o requisito necessário é que o modelo político promova uma organização coesa de toda a população. 

Em vista, sobretudo, das características dos diferentes níveis de consciência da população e da simultânea necessidade de que a liberdade de escolha seja preservada, bem como de que seja garantida uma igualdade de oportunidades na disputa política, a primeira conclusão é a da total inviabilidade de eleições diretas envolvendo grandes populações. 

Trata-se de uma total inviabilidade porque essas eleições de grandes massas, embora preservando a liberdade, resultam sempre em uma preservação da liberdade do tipo “raposa dentro do galinheiro”. Ou seja, uma liberdade na qual não há igualdade de condições na disputa política, nem tampouco harmonia entre os níveis de abrangência conceitual e os níveis de responsabilidade na escolha. A consequente resultante disso é uma entrega total do processo (tão fundamental e decisivo) das escolhas dos cargos de maior responsabilidade nas mãos do poder econômico-financeiro (pluto), e nas mãos da demagogia. 

Na verdade, os atuais modelos ditos democráticos (caracterizados centralmente pelas eleições de grandes massas) não são verdadeiras democracias, porém plutodemagogicracias. Um sistema verdadeiramente democrático significa o governo do povo, pelo povo e para o povo, enquanto nas atuais formas de democracias liberais o governo é do povo, pelo povo, porém sempre para o poder econômico e para a demagogia. 

Democracia do Futuro: Representação em Cascata ou Árvore Invertida 

À primeira vista, aparentemente, nos encontramos em um “beco sem saída”, isto é, como preservar a liberdade sem eleições diretas de grandes populações, juntamente com a igualdade de oportunidades nas disputas político-eleitorais, e ainda mantendo a harmonia entre os níveis de consciência e níveis de responsabilidade nos diferentes níveis de representação política? 

Na realidade, um pouco mais de reflexão nos mostra que há uma solução consistente para essa aparente impossibilidade. Trata-se de um modelo que contemple eleições muito menos diretas, e que garanta que essas eleições nunca impliquem em processos de escolha (seleção) envolvendo diretamente grandes massas, e ao mesmo tempo preservando a liberdade e uma rigorosa proporcionalidade entre as várias pequenas, médias e grandes circunscrições eleitorais. 

Desse modo, este sistema teria como base pequenas circunscrições eleitorais, a exemplo de vilas, vizinhanças, pequenos bairros ou pequenas municipalidades, de preferência jamais ultrapassando uma dimensão bastante humana, na qual o conhecimento pessoal entre os indivíduos não fosse uma coisa impossível ou mesmo muito difícil de ocorrer. 

A que número de pessoas estaríamos aproximadamente nos referindo? Esse número poderá variar significativamente em se tratando de áreas rurais ou urbanas, uma vez que nas áreas urbanas de grande concentração populacional as distâncias físicas entre um número expressivo de pessoas são relativamente pequenas. Nas malhas urbanas podem existir grandes edifícios etc., e nessas condições de comunicação interpessoal mais facilitada, o número de eleitores nessa primeira circunscrição político-eleitoral poderia ser significativamente maior do que em áreas rurais de grande dispersão populacional, onde as pessoas tenham dificuldades muito maiores de estabelecerem contatos face a face. 

Essas diferenças de número de pessoas nesse primeiro nível eleitoral não têm maior importância, uma vez que sempre se manterá uma rigorosa proporcionalidade entre representantes e representados. Se, apenas por hipótese, o coeficiente for de 50 para 1 nesse primeiro nível, então, se numa circunscrição houver 1.000 eleitores, haveria vinte (20) representantes do primeiro nível. Se outra circunscrição básica contar com apenas 200 eleitores, ela elegerá apenas quatro (4) representantes do primeiro nível, e assim por diante. A rigorosa proporcionalidade sendo um óbvio requisito para a igualdade de oportunidades. 

O modelo de representações sucessivas se estreitaria gradualmente como uma pirâmide, através dos níveis dos Distritos Básicos, das Municipalidades, das Microrregiões, dos Estados (ou Províncias), e daí para o Congresso Nacional, o qual escolheria um gabinete com um chefe executivo, tal como um primeiro-ministro em um sistema parlamentarista. Convém notar, no entanto, que esse sistema se assemelha ao sistema parlamentarista tradicional apenas no topo da pirâmide, sendo todo o processo de escolha e seleção completamente diferente dos sufrágios diretos de grandes populações, uma vez que as diferentes circunscrições eleitorais se articulam em vários níveis até chegar ao nível do Congresso Nacional. 

Se levarmos em conta as enormes vantagens desse sistema em relação aos atuais torna-se difícil de aceitar que um sistema assim não tenha sido experimentado seriamente em nenhum lugar, ao menos que tenhamos conhecimento. Examinemos um pouco mais essas vantagens, em comparação com os atuais sistemas dominantes: as atuais formas de democracias liberais, e as atuais formas de totalitarismos marxistas. 

A Liberdade é Garantida 

Em relação aos totalitarismos marxistas a grande vantagem desse novo modelo de democracia participativa é que a liberdade é absolutamente preservada, enquanto nas chamadas ditaduras do proletariado a liberdade é sacrificada. Nesse contexto só existe igualdade de oportunidades para os membros do partido, se tanto. Ou seja, não existe plena liberdade e, portanto, não existe igualdade de oportunidades nos totalitarismos marxistas, enquanto na democracia do futuro esse requisito essencial é preservado. 

Quanto aos outros aspectos a democracia participativa não perde em nada para o totalitarismo marxista. Os sistemas marxistas têm na adequação entre funções e capacidades e na organização coesa de grande parte da população os seus pontos fortes. Ora, esses pontos são igualmente fortes na democracia participativa do futuro, uma vez que ela é parecida nesses particulares aspectos aos modelos marxistas, sendo, na realidade, superior aos totalitarismos marxistas, pois esses excluem do processo de escolha muitas pessoas inteligentes e capazes, apenas porque elas não pertencem ao partido comunista ou assemelhados (como podemos ver, por exemplo, no modelo hoje vigente na China continental). 

Um Processo com Igualdade de Oportunidades 

Que dizer então da comparação da democracia do futuro com o sistema hoje hegemônico no mundo, que é a chamada democracia liberal? A liberdade que é o ponto forte das democracias liberais também é plenamente preservada nessa democracia participativa do futuro. 

Sob alguns aspectos, de fato, há até mesmo mais liberdade nessa democracia participativa do que nos atuais modelos de democracias liberais. Primeiro, porque nos sistemas democrático-liberais por vezes o voto é obrigatório, enquanto nessa democracia participativa do futuro o voto é livre. Segundo, porque nos sistemas liberais geralmente os candidatos devem estar filiados a algum partido, enquanto na democracia do futuro os candidatos podem ou não estarem filiados a algum partido, dependendo de suas livres escolhas. Nos sistemas liberais para ser candidato quase sempre o indivíduo depende da escolha dos partidos, mas nessa democracia do futuro isso depende apenas de sua própria decisão. Vemos, assim, que mesmo sob esse aspecto que é o forte das democracias liberais, esse novo modelo de democracia não lhe fica devendo nada, e até mesmo apresenta algumas vantagens. 

Quanto a todos os outros aspectos essa democracia participativa do futuro é muito superior aos sistemas liberais. Ela garante uma imensa igualdade de oportunidades nos processos eleitorais, enquanto nas pseudodemocracias liberais apenas os privilegiados materialmente, os comunicadores e aqueles que têm profissões ligadas à comunicação de massa, além dos demagogos em geral, é que têm chance de serem eleitos para os cargos de maior responsabilidade. 

A Harmonia entre Funções e Capacidades 

Quanto à adequação entre funções e capacidades quase não há necessidade de comentários, tamanhas são as vantagens do modelo sugerido em relação aos sufrágios de massa dos sistemas liberais. 

Nessa democracia participativa do futuro há uma gradual qualificação dos eleitores, que são os que foram eleitos no nível imediatamente inferior. A cada nível de representação ocorre de forma natural uma qualificação (quanto ao aumento de abrangência conceitual, ou nível de consciência social), pois se trata dos que foram livremente escolhidos como representantes mais capacitados para defender os interesses de sua respectiva área ou circunscrição eleitoral. 

É quase ridícula a comparação, mas qual seria o percentual dos que elegeriam os representantes para o Congresso Nacional nesse novo modelo que não saberiam sequer dizer o que é uma Assembleia Constituinte? Certamente esse percentual seria praticamente zero, ou seja, nenhum dos representantes desse elevado nível desconheceria uma questão tão elementar! Comparemos isto com os 70,5 % que no Rio Grande do Sul não sabiam responder a essa questão tão elementar, mas que constituíram o próprio eleitorado que escolheu os constituintes em 1986! [Veja esse e vários outros dados relevantes na obra O Que Há de Errado com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia] Haveria necessidade de outras comparações? Haveria alguma dúvida de que nessa democracia participativa do futuro teríamos um Congresso Nacional extraordinariamente mais qualificado?

A Geração do Poder Necessário 

Finalmente, também quanto à capacidade de gerar o suficiente poder nas mãos dos dirigentes livremente escolhidos o modelo aqui defendido é muito superior aos sistemas liberais. O modelo proposto organiza a população de forma muito mais coesa, não de forma frouxa e atomizada como nas pseudodemocracias liberais. 

É quase impossível reprimir-se violentamente um sistema como esse. Se, por hipótese, uma força militar impedisse o funcionamento do Congresso Nacional, ainda assim toda população continuaria politicamente organizada, em uma cascata de pequenas assembleias, na maioria dos casos tão pequenas que poderiam se reunir em uma ampla sala de estar. Como reprimir uma organização assim? Trata-se de uma missão quase impossível. 

Tudo isso sem mencionar o fato evidente de que talvez a maior força política nessa democracia participativa do futuro seja a grande, ou pelo menos muito maior, qualificação dos seus dirigentes mais elevados (em comparação com aqueles eleitos nas pseudodemocracias liberais), o que lhes garantiria, apenas por esse aspecto, um apoio popular muito maior do que aquele devotado aos atuais governantes. 

Quão diferente seria a qualificação desses governantes ao ser comparada com os exemplos recentes da política brasileira, onde vemos casos e mais casos de corrupção, de incompetência, de demagogia, de despreparo generalizado para o exercício dos cargos mais elevados, do péssimo exemplo para a população que tem um conceito baixíssimo quanto ao caráter dos políticos. 

O quadro abaixo, a respeito da credibilidade dos políticos, é bem nítido acerca dos resultados desse processo de escolha dos dirigentes políticos nas atuais formas de democracias liberais. Estes dados são sobre a credibilidade merecida por aqueles que deveriam ser o que uma nação tem de melhor, pois ocupam os postos de maior responsabilidade. A pesquisa é do Ibope e foi publicada em Zero Hora, em 09/08/87. Desnecessário dizer que a situação no Brasil de 2024 não se apresenta melhor, com tantos escândalos de corrupção nos cargos mais elevados da nação! A pergunta apresentada foi a seguinte: 

– “Você concorda ou discorda das afirmações abaixo usadas para descrever a atuação dos políticos?” A tabulação apresenta percentuais. 

Esse quadro desalentador, por si só, já é um claro atestado acerca da incompetência, da injustiça e da corrupção que caracterizam esse sistema de escolha dos dirigentes políticos. 

Necessita-se de um Exemplo para as Nações 

O país que em primeiro lugar conseguir adotar o modelo de organização política dessa democracia participativa do futuro estará, desse modo, servindo aos mais elevados interesses do seu próprio povo, e estará também dando um exemplo que certamente ajudará e inspirará outros países. Especialmente aqueles países hoje mais pobres, geralmente submetidos a uma dependência neocolonialista e com um passado de séculos de exploração colonial. Isso porque nesse sistema existirá, de fato, uma real chance para que a necessária sabedoria (qualificação intelectual e técnica, junto com caráter altruísta) chegue até os cargos de maior poder e responsabilidade. 

Na verdade, essa mudança organizacional somente alcançará seu caráter verdadeiramente democrático (do povo, pelo povo e para o povo), desde que seja precedida por uma genuína grande reforma ideacional ao nível das elites, isto é, daquela parcela da população possuidora das mentes de maior abrangência conceitual. Esse aspecto não é muito fácil de ser compreendido e, por essa razão, será abordado no conjunto de citações adicionadas ao final desse capítulo.

Em vista das análises anteriores, parece desnecessário compararmos ainda mais esse modelo com os atualmente dominantes no mundo inteiro. Sob todos os aspectos analisados, trata-se de um modelo muito mais eficiente e justo do que os atuais, tanto em termos de competência do processo de escolha dos dirigentes, quanto em termos de gerar um poder muito maior nas mãos dos dirigentes, de modo que eles possam regular e harmonizar a atuação das gigantescas organizações. Isso porque, como vimos, esse novo modelo, além de viabilizar dirigentes muito mais qualificados para o exercício de suas imensas responsabilidades, organiza de forma muito mais coesa toda a população de qualquer sociedade. 

Tanto a diferença na qualificação dos governantes, quanto na coesão organizacional de toda a população, deve mudar substancialmente a situação de conflitos e de permanentes injustiças de todo tipo que hoje temos.  

Isso é algo cuja importância é difícil de exagerar, sobretudo para as nações pobres, que hoje não têm esperança alguma, dentro dos atuais modelos, quer de inspiração liberal quer marxista, de superarem o círculo vicioso da miséria e do dito “subdesenvolvimento”, do mesmo modo que viabiliza soluções consistentes para os grandes problemas que hoje afligem a humanidade. 

Segue, em conclusão, um conjunto de citações que visam corroborar a perspectiva ideacional apresentada nesse texto, sobretudo auxiliar na compreensão do papel decisivo das elites e de sua correspondente responsabilidade sobre o bem estar geral, não apenas da família humana (quer organizada nas sociedades nacionais, quer na coletividade do mundo como um todo), mas de toda a vida e do ambiente natural do planeta. 


8. Citações Complementares Sobre a Democracia do Futuro

A Política Envolve o Bem Estar de Todos e Demanda as Melhores Mentes Com Espírito Desinteressado 

A política, que envolve o bem-estar e o progresso de todos que constituem o Estado e afeta outros Estados, é uma atividade séria, que demanda as melhores mentes com um espírito desinteressado, e não deveria ser um jogo de poder jogado com a preponderância de interesses pessoais e de grupo.” [N. Sri Ram. On the Watch Tower (Na Torre de Vigia), p. 82; grifos nossos] 


Índia Deveria Desenvolver Novo Modelo de Democracia 

“Se a Índia puder desenvolver uma forma de democracia na qual haja alguma chance para a necessária sabedoria chegar até o topo, ela estará, desse modo, servindo aos mais elevados interesses do seu próprio povo, bem como estará dando um exemplo que poderá ajudar e inspirar outros povos.” [N. Sri Ram. On the Watch Tower (Na Torre de Vigia), p. 82; grifos nossos] 


Fraternidade Universal: É uma Lei na Natureza 

A Fraternidade constitui, em sua plena acepção, uma Lei na Natureza. Não se pode deixar de enfatizar suficientemente esse ponto. Constitui o objeto do nosso trabalho que a Fraternidade passe a ser algo prático na sociedade, e nunca se tornará prático até que as pessoas compreendam que é uma Lei, não apenas uma aspiração. Quando descobrimos uma Lei na Natureza, não mais lutamos contra ela. Prontamente nos acomodamos no novo conhecimento e nos adaptamos às condições então compreendidas. Contudo, a Fraternidade é tão pouco conhecida em nosso mundo. (Annie Besant. A Vida Espiritual, p. 113; grifos nossos) 


Dessas Diferenças Surgem Todas as Possibilidades de uma Sociedade Ordenada e Feliz 

O grande princípio (ou lei) da Reencarnação corre parelho com o princípio (ou lei) da Fraternidade, porém isso ocorre se o aplicamos e o convertemos em uma coisa positiva na vida quotidiana. Porque dessas diferenças de idade surgem todas as possibilidades de uma Sociedade ordenada e feliz. (Annie Besant. A Fraternidade Aplicada às Condições Sociais. Em O Teosofista, p. 260, mar-abr/1939; grifos e parênteses nossos) 


Como Encontrar os Melhores É o Problema: Para Resolvê-lo Devemos Compreender a Inutilidade dos Atuais Sistemas de Governo 

“Ora, o nosso Ideal da aplicação da Lei da Fraternidade ao Governo exige o poder para os mais cultos e não para os ignorantes (…) como encontrar os melhores? O Ideal é que sejam os melhores que governem; mas como encontrá-los, eis o problema. Cada um de nós que estuda deve tentar resolver esse problema, e as sugestões que aqui estou dando talvez contenham algumas indicações para essa solução. 

Mas não poderão resolvê-lo enquanto não compreenderem a inutilidade da atual maneira de governar – ou de não governar – e enquanto não aceitarem o Ideal de que o Governo deve ser exercido pelos melhores. Quando concordarmos nisso, então poderemos reunir os nossos esforços para encontrar um meio de achar e escolher os melhores e colocá-los em situação em que bem sirvam ao país. E isso tem de ser feito por amor ao povo, ao povo que “perece por falta de sabedoria”, e que nunca, na sua ignorância, poderá se salvar.” (Annie Besant. Os Ideais da Teosofia, p. 32-34; grifos nossos) 


Sufrágio de Massa Sem Qualificações É um Equívoco 

“Indubitavelmente cada homem é competente em sua própria esfera, para dizer o que ele quer para sua localidade ou vila, e para dizer quem irá servi-la melhor entre aqueles que ele conhece. Mas quando se trata de uma questão de decidir assuntos complicados, de abrangência nacional e internacional, é uma mera questão de bom senso que somente deveriam poder votar aqueles que têm algum conhecimento a respeito dessas matérias. E por essa razão é que a Dra. Annie Besant insistiu repetidamente, enquanto ela esteve ocupada com esses assuntos na política indiana, que a Índia não deveria, ao elaborar a sua Constituição, aderir ao fetiche do sufrágio de massa sem qualquer tipo de qualificações.” [N. Sri Ram. On the Watch Tower (Na Torre de Vigia), p. 81; grifos nossos] 


Tem que Haver Habilidade e Sabedoria em Lidar com as Diferenças Exteriores 

“Não é suficiente meramente compreender nossa fraternidade subjacente, também deve haver habilidade e sabedoria ao tratar com as diferenças externas, as desigualdades de desenvolvimento e circunstâncias.” (N. Sri Ram. Thoughts for Aspirants (Pensamentos para Aspirantes), 2nd Series, p. 122; grifos nossos) 


Sugestão (Annie Besant, N. Sri Ram e Jai Prakash Narain) de um Sistema Político Coerente com a Lei da Fraternidade Universal 

“Algum tempo atrás Pandit Nehru, em um de seus discursos, lançou um tanto vagamente a ideia de que algum dia, ao invés do atual sistema de eleições para Parlamento indiano, algum sistema, menos direto e mais adequado às condições da Índia, pudesse ser considerado. 

Desde então, o Sr. Jai Prakash Narain (…) tem mais definidamente proposto, no lugar da atual forma de democracia na Índia, um sistema algo similar ao proposto pela Dra. Annie Besant nos dias de sua atuação em favor da libertação da Índia. 

Ela não pensava que a regra “um homem, um voto” fosse boa para qualquer país, e muito especialmente ela não a recomendava para a Índia. Desse modo, ela delineou, na sua proposta de Lei do “Commonwealth of India” [https://www.constitutionofindia.net/historical-constitution/the-commonwealth-of-india-bill-national-convention-india-1925/], um sistema que teria uma base bem ampla ao nível das vilas (e correspondentes nas cidades), com voto adulto e uma grande autonomia nesse nível, e então se estreitaria gradualmente como uma pirâmide, através do nível dos Distritos, dos Estados (ou Províncias), até o Governo Central. As franquias para esses Conselhos nesses níveis superiores deveriam estar baseadas em crescentes qualificações de serviço, experiência, educação etc. 

Seu esquema, se tivesse sido apoiado pelos outros líderes políticos da época, particularmente pelo Partido do Congresso, teria sido aceito pela população da Índia como um todo. O princípio de uma qualificação razoável para o voto, e para tornar-se membro dos Conselhos, teria sido firmemente estabelecido. Mas, seus apelos foram em vão. O Sr. Gandhi posicionou-se pelo sufrágio de massa, e isso decidiu a questão. 

O Sr. Jai Prakash Narain também vislumbra uma base forte e praticamente autossuficiente para os Conselhos das Vilas, vila significando também uma cidade pequena, um distrito, ou bairro nos grandes municípios, mas eleições indiretas desses Conselhos para o Conselho do Distrito, desse último para as legislaturas provinciais ou estaduais, e dessas para o Parlamento de toda a Índia. 

O Sr. Jai Prakash Narain é ainda uma voz solitária no terreno inóspito das atuais condições políticas na Índia. A descrição dessas condições como um terreno inóspito pode parecer um exagero, mas quando vemos os vários interesses de grupos, que são tão influentes e a variedade de conselhos para os mais diferentes assuntos que precisam ser tratados, não podemos deixar de sentir a verdade da descrição da Dra. Besant acerca da democracia, em sua presente forma, como o governo por meio da ignorância de múltiplas cabeças.” [N. Sri Ram. On the Watch Tower (Na Torre de Vigia), p. 86; grifos nossos] 


A Democracia Participativa, ou Democracia do Futuro, na Visão do Professor C.B. Macpherson 

“Volto finalmente à questão de como uma democracia participativa poderia funcionar se conseguíssemos os requisitos para chegar até ela. (…) 

Se examinarmos as questões primeiramente em termos gerais, (…) o modelo mais simples que mais adequadamente pudesse ser chamado de democracia de participação seria um sistema piramidal com democracia direta na base e democracia por delegação em cada nível depois dessa base. Assim, começaríamos com democracia direta ao nível de (…) vizinhança – discussão concreta face a face e decisão por consenso majoritário, e eleição de delegados que formariam um conselho no nível mais próximo seguinte, digamos, um bairro urbano, ou subúrbio, ou redondezas. (…) 

Assim prosseguiria até o vértice da pirâmide, que seria um conselho nacional para assuntos de interesse nacional, e conselhos locais e regionais para questões próprias desses segmentos territoriais. Seja em que nível for, além do primeiro, em que as decisões finais sobre diferentes assuntos fossem tomadas, as questões teriam certamente de ser formuladas por um conselho. (…) 

Isso pode dar a impressão de diferir muito do controle democrático. Mas acho que é o melhor ao nosso alcance. O que é necessário, em cada estágio, para tornar democrático o sistema, é que os delegados encarregados das decisões e formulação dos problemas, eleitos desde os níveis inferiores, sejam politicamente responsáveis em relação aos que os elegeram, sendo passíveis de não reeleição. (…) 

Para resumir a análise até aqui feita da perspectiva de um sistema de conselhos piramidais como modelo de democracia de participação, podemos afirmar que na medida em que as condições para a transição a um sistema de participação forem conseguidas em qualquer país (…) um sistema piramidal poderia operar. (…) 

(…) É muito mais provável que qualquer transição seja feita sob a liderança de uma frente popular ou uma coalizão de partidos socialistas ou social-democratas. (…) A questão concreta é, pois, se haverá algum meio de combinar uma estrutura de conselho piramidal com um sistema partidário em competição. 

A combinação de um sistema democrático piramidal direto e indireto com a continuação de um sistema partidário parece essencial. Nada, a não ser um sistema piramidal, incorporará qualquer democracia direta numa estrutura de âmbito nacional de governo, e exige-se certa significativa quantidade de democracia direta parar o que quer que se possa chamar de democracia de participação. Ao mesmo tempo, partidos políticos em concorrência devem ser presumidos, e partidos cujas reivindicações não se casem coerentemente com o que se possa chamar de democracia liberal deverão ser repelidos. 

Não apenas é, provavelmente, inevitável a combinação da pirâmide e dos partidos: ela pode ser positivamente desejável. (…) 

Resta uma questão: poderá esse modelo de democracia participativa ser chamado de democracia liberal? Acho que pode. Evidentemente não é ditatorial ou totalitário. A certeza disso não é apenas a existência de partidos alternativos (…). A garantia está mais na presunção de que nenhuma versão do modelo de democracia participativa poderia existir ou permanecer existente sem um forte e generalizado senso do valor do princípio ético da democracia liberal (que é o núcleo de seus principais modelos): – os direitos iguais de todo homem e toda mulher ao pleno desenvolvimento e ao emprego de suas capacidades. (…) Na medida em que prevalecesse um forte senso do alto valor dos direitos iguais ao auto desenvolvimento, o modelo de democracia participativa estaria na melhor tradição da democracia liberal.” (C.B. Macpherson. A Democracia Liberal: Origens e Evolução, pp. 110-116; grifos nossos.) 


9. Bibliografia, Sites e Páginas

[Entre colchetes os endereços para obras completas gratuitas, sites e páginas.] 

BACON, Francis. Novum Organum (ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza). São Paulo, Abril Cultural, 1973. 278 pp. [https://www.rodaecruz.com/downloads-gratuitos/]
BACON, Francis. Da Proficiência e o Avanço do Conhecimento Divino e Humano. São Paulo, Madras Editora, 2006. 252 pp. [https://www.rodaecruz.com/downloads-gratuitos/]

BESANT, Annie – A Fraternidade Aplicada às Condições Sociais, in O Mundo de Amanhã. Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1926. 269 pp.
[
https://www.rodaecruz.com/downloads-gratuitos/]
BESANT, Annie – Os Ideais da Teosofia. Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1925. 121 pp. [https://www.rodaecruz.com/downloads-gratuitos/]
BESANT, Annie – A Vida Espiritual. Brasília, Editora Teosófica, 1992. 200 pp.

BÍBLIA SAGRADA: Livro da Sabedoria, Livro dos Provérbios; Sermão da Montanha (Mateus, 5:1-12); e, 2 Coríntios. 

CONVERSE, Philip E. – The Nature of Belief Systems in Mass Publics (A Natureza dos Sistemas de Crença na Massa). Em: APTER, D. E., org. Ideology and Discontent (Ideologia e Descontentamento). New York, The Free Press of Glencoe, 1964. pp. 206-261.
[https://www.rodaecruz.com/downloads-gratuitos/]
CONVERSE, Philip E. – Public Opinion and Voting Behaviour (Opinião Pública e Comportamento Eleitoral). Em: GREENSTEIN, F. I. – Handbook of Political Science (Manual de Ciência Política), vol. 4, Reading, Massachusetts, 1975. pp. 75-169.
CONVERSE, Philip e PIERCE, Roy – Political Representation in France (Representação Política na França). Harvard University Press, 1986. 1040 pp.
CONVERSE, Philip E. et al.The American Voter (O Eleitor Americano). New York, Wiley, 1960. 576 pp. 

DUVERGER, Maurice – As Modernas Tecnodemocracias: Poder Econômico e Poder Político. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1975. 245 pp.
DUVERGER, Maurice – Os Partidos Políticos. Rio de Janeiro, Guanabara, 1987. 465 pp. 

KINGSFORD, Anna. – Clothed with the Sun: Being the Illuminations of Anna Bonus Kingsford (Vestida com o Sol: As Iluminações de Anna Bonus Kingsford). Editado por Edward Maitland. 3ª edição, editada por Samuel Hopgood Hart, 1937: Santa Fe, Sun Books (reimpressão), 1993. 210 pp. Vários capítulos traduzidos no Site Anna Kingsford.
[https://www.annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/06-OAKM-P-Clothedtxt.htm]
KINGSFORD, Anna e MAITLAND, Edward. The Credo of Christendom: and Other Addresses and Essays on Esoteric Christianity (O Credo do Cristianismo: e Outras Palestras e Ensaios sobre o Cristianismo Esotérico). Editado por Samuel Hopgood Hart. John M. Watkins, Londres, 1916. 256 pp.
[https://www.annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/08-OAKM-P-Credo-web.htm]
KINGSFORD, Anna e MAITLAND, Edward – The Perfect Way; or, the Finding of Christ (O Caminho Perfeito; ou, a Descoberta de Cristo). 5ª edição, editada, com adições e longo prefácio, por Samuel Hopgood Hart: London, John M. Watkins, 1923. 405 pp.
[https://www.annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/02-OAKM-P-Pway/02-OAKM-P-Pway-txt.htm] 

MACPHERSON, C.B. – A Democracia Liberal: Origens e Evolução. Rio de Janeiro, Zahar, 1978. 118 pp. 

MAITLAND, Edward. Anna Kingsford – Her Life, Letters, Diary and Work (Anna Kingsford – Sua Vida, Cartas, Diário e Obra). Em dois volumes. John M. Watkins, Londres, 1913. 3ª Edição, editada por Samuel H. Hart. Vol. I, 442 pp. e Vol. II, 466 pp.
[https://www.annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/013-OAKM-P-MaitLife-web.htm] 

MAITLAND, Edward. The Story of Anna Kingsford and Edward Maitland and of the New Gospel of Interpretation (A História de Anna Kingsford e Edward Maitland e do Novo Evangelho da Interpretação). 1ª Edição, 1893. 2ª Edição, 1894. 3ª Edição Ampliada, editada por Samuel Hopgood Hart. Ruskin Press, Birmingham (Inglaterra), 1905. 204 pp.
[https://www.annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/012-OAKM-P-MaitStory-web.htm]
MAITLAND, Edward. Uma Mensagem à Terra (A Message to Earth). Publicado anonimamente. Editado por Edward Maitland. Obra reconhecida como pertencendo ao “Novo” Evangelho da Interpretação. Londres (Lamley & Co., 1 & 3 Exhibition Road, S.W.), 1892. 93 pp. Tradução publicada no Site Anna Kingsford.
[https://www.annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/OAKM-P-Message-web.htm] 

PLATÃO – A República. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2014. 464 pp.
[https://www.rodaecruz.com/downloads-gratuitos/] 

SCHUMACHER, E.F. – O Negócio é Ser Pequeno. Rio de Janeiro, Zahar, 1983. 261 pp.
SCHUMACHER, E.F. – Um Guia para os Perplexos. Campinas, Auster, 2020. 178 pp. 

SISSON Filho, Arnaldo – O Que Há de Errado com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia. Primeira edição: Sociedade Humanitarista, Porto Alegre, 1994. 107 p. Terceira edição, on-line em:
[
https://www.humanitarismo.com.br/livro-o-que-ha-de-errado-com-a-politica/]
SISSON Filho, Arnaldo – O Resgate do Cristianismo Budista: A Relevância da Mensagem da Dra. Anna Kingsford. Brasília, Editora Roda e Cruz, 2010. 164 pp.
[https://www.annakingsford.com/portugues/outras_obras_relacionadas/obras_relacionadas/OOR-P-ColoquioAK/index.htm]

SISSON Filho, Arnaldo; com PEREIRA, Viviane – A Roda e a Cruz: Uma Introdução ao Cristianismo Budista. Brasília, Editora Roda e Cruz, 2012. 369 pp.
[https://www.annakingsford.com/portugues/outras_obras_relacionadas/obras_relacionadas/OOR-P-RodaeCruz/index.htm] 

SRI RAM, N. – On the Watch Tower (Na Torre de Vigia). Adyar, TPH, 1966. 585 pp.
SRI RAM, N. – Thoughts for Aspirants (Pensamentos para Aspirantes). 2nd Series. Adyar, TPH, 1974. 154 pp. 

WILHELM, Richard – I Ching: o Livro das Mutações. São Paulo, Pensamento, 1982. 527 pp.
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Anna Kingsford – Dedicado à difusão das obras da Dra. Anna Kingsford e de Edward Maitland, contendo todas as suas obras, além muito outros textos e livros relacionados.
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A Roda e a Cruz – Dedicado a apresentar uma síntese de todos os aspectos do trabalho de difusão da Filosofia Perene e da Lei da Fraternidade Universal, através do canal filosófico-religioso do “Novo” Evangelho da Interpretação (a mensagem da Dra. Anna Kingsford e de Edward Maitland), incluindo também sínteses do Cristianismo Budista; do Humanitarismo; da Democracia do Futuro; e do Vegetarianismo.
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A Democracia do Futuro – Dedicado a apresentar (juntamente com a filosofia social do Humanitarismo) a Democracia (Participativa) do Futuro [https://www.humanitarismo.com.br/8-a-democracia-do-futuro/], bem como a sua importância para o encaminhamento de soluções consistentes aos grandes problemas mundiais.
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Sobre o Autor:

Arnaldo Sisson Filho

Arnaldo Sisson Filho: Economista (UFRGS), pós-graduado em economia e sociologia do desenvolvimento (FEE/PUC-RS), mestre em Ciências Políticas (UFRGS). Autor de várias obras, como: O Que Há de Errado com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia; Teosofia e Fraternidade Universal; A Roda e a Cruz: Uma Introdução ao Cristianismo Budista; e O Resgate do Cristianismo Budista: a Relevância da Mensagem da Dra. Anna Kingsford. Criador de vários sites, como: humanitarismo.com.br; democraciadofuturo.com; e annakingsford.com (onde estão todas as obras da Dra. Anna Kingsford e de Edward Maitland). Traduziu e revisou a tradução de algumas dessas obras.


Livros do Autor:

O Que Há de Errado Com a Política? Fundamentos para uma Verdadeira Democracia
[https://humanitarismo.com.br/livro-o-que-ha-de-errado-com-a-politica/]

Teosofia e Fraternidade Universal: Elementos Decisivos da Glória ou do Fracasso da Soc. Teosófica
[https://ideiasmundomelhor.com/teosofia-e-fraternidade-universal-indice-da-obra-sumario-das-citacoes-prefacio-e-introducao/]

A Roda e a Cruz: Uma Introdução ao Cristianismo Budista
[https://annakingsford.com/portugues/outras_obras_relacionadas/obras_relacionadas/OOR-P-RodaeCruz/index.htm]

O Resgate do Cristianismo Budista: A Relevância da Mensagem da Dra. Anna Kingsford
[https://annakingsford.com/portugues/outras_obras_relacionadas/obras_relacionadas/OOR-P-ColoquioAK/index.htm]

O “Novo” Evangelho da Interpretação: Um Resumo do Cristianismo Místico da Dra. Anna Kingsford
[https://annakingsford.com/portugues/obras_de_anna_kingsford/textos/OAKM-P-Novoevangelho-web.htm]

Vislumbres de uma Religião Realmente Católica (O Cristianismo Budista)
[https://annakingsford.com/portugues/outras_obras_relacionadas/obras_relacionadas/OOR-P-ReaCat/index.htm]